"NINGUÉM DERROTA A MORTE SEM MATAR-SE"

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A Toca do Coelho

"Quem, de três milênios,
Não é capaz de se dar conta
Vive na ignorância, na sombra,
À mercê dos dias, do tempo."

Goethe

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Uma ode a Ela

A vós,
Que te alimenta
Tanto do pesar
Quanto do amar...

A ti,
Dama das noites inquietas;
Dona dos corações crédulos;
Senhora dos assentos vazios,
Das luzes semi-acesas, das camas
Ainda desfeitas...

Ó, Espítrito Taciturno!
Que te impõe no corpo
Qual flecha em brasa
Invisível,
Inatingível,
Impugnável!
Tua dor
Indescritível e incomparável,
 É prova
Das vidas que sobrevivem
Em pesarosa mortificação.

Minha musa,
Não quero lhe furtar sequer uma
 justa e fiel qualidade,
Visto és emérita nas tuas perícias,
De residir
 no seio da mãe órfã de sua prole;
Na essência das promessas de regresso;
Como sustento a esperança das paixões;
Na inspiração do pranto vil;
E, tal qual,
Não te furtas em consumir e consumar
Minhas energias e serenidade.

Contra ti
Não há antídoto,
Emplasto ou verdade.
Existes, e simplesmente és
Saudade.


nathalia colombo

Um comentário:

  1. Isso minha querida, isso é o Blues...
    Não em notas ou solos, mas em palavras e poemas.
    É uma linda rosa pra quem vê, mas só quem a toca sente os espinhos.
    Obrigado pela emoção.

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