"NINGUÉM DERROTA A MORTE SEM MATAR-SE"

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A Toca do Coelho

"Quem, de três milênios,
Não é capaz de se dar conta
Vive na ignorância, na sombra,
À mercê dos dias, do tempo."

Goethe

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Meu Irmão Pataxó

Perdão irmão Pataxó.
Não aceites a visão simples de que cinco monstros te supliciaram.
São, sim, cinco monstros. Porém, não estão sós.
O acaso não uniria os únicos cinco monstros da Cidade, de Brasília, do Brasil.
Não, antes fosse.
Os cincos refletem valores vendidos à nossa sociedade.
Essa sociedade que tu viestes visitar, lutando por tua terra.
Essa cultura que se diz superior e que gera monstros.
Não só cinco monstros.
Que bom que fossem só cinco !!!
Um deles disse se justificando: "pensei que era um mendigo".
Ah ! Se fosse um mendigo …
Sim, essa sociedade, que se julga superior, ensina aos cinco, (só cinco ?) que com os pobres, os mendigos, tudo pode.
Nessa sociedade, mestra dos cinco, (só cinco ?) eles, os monstros, vêem mendigos nas ruas, sem teto;
vêem camponeses nas ruas, sem terra;
vêem trabalhadores nas ruas, sem trabalho.
Aprenderam, (os cinco ?) a não respeitar os pobres, os sem terra, os sem trabalho, os sem teto.
Viram a impunidade das "precatórias".
Vivem a impunidade dos que têm dinheiro.
Se acostumaram à violência diária da telinha.
Cresceram vendo a selva do mercado tocar fogo na solidariedade com o próximo.
Irmão pataxó, lamento dizer mas os cinco não são cinco.
Os cinco são a poeira visível no horizonte.
Não posso te enganar de novo, irmão pataxó.
Os cinco não são cinco, são o sinal.

Raymundo de Oliveira (Meu querido Professor)

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