"NINGUÉM DERROTA A MORTE SEM MATAR-SE"

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A Toca do Coelho

"Quem, de três milênios,
Não é capaz de se dar conta
Vive na ignorância, na sombra,
À mercê dos dias, do tempo."

Goethe

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Citações

"Para ser grande, sê inteiro: Nada
Teu exagera ou exclui. 
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."
Fernando Pessoa


"Eu continuo a ser uma coisa só : Um palhaço,
O que me coloca em nível mais alto do que o de qualquer político."
Charlie Chaplin


Para falar, basta ter voz;
Para escrever, basta haver papel;
Portanto, sê de verdade.
Quem dirá que não és?
nathalia colombo

Cores da Terra

A noite estrelada 
Figura-nos constelações
Por imenso contempladas
Antares, Escorpiões...


O mar reflete nossos sonhos
De viagens e quimeras
Mergulhos fundos no Sem Fundo
Do vazio ao deveras...


O vivo verde lindo
Belo verde da esperança!
Entre brancos Ipês afáveis
A emoção nunca se cansa...


Ao ver lua dourada
Lembrou-me teus cabelos
Mais ainda tua pele 
Despindo-me de selos...


Uso em mim estas cores
Que são as cores da terra
De um amor que outrora fértil,
Não mais se planta, nem se encerra.


Não meças tu, o meu amor
Disto não morrerei
Porém disto renasci
E com isto partirei...


nathalia colombo

domingo, 29 de agosto de 2010

O Bobo Trovador (parte 2)

Contam aos meninos
andarilhos e tropeiros
Bambas e cancioneiros
Aprendizes e olheiros


Que houvera uma dama
Prima Dona do salão
Encantava por seus passos
Esguiava até o chão


Era bela e vaidosa
Suave à toda prova
Movimentos traiçoeiros
Com essência de uma rosa


E além deste talentos
Ostentava doce voz,
Qual feitiço inebriante
Canto sereno de uma foz.


Mas a rainha do salão
Que a todos sorria
Buscava superação
E não compreendia
Donde vinha inspiração
De tanta poesia
Que brilhava no seu corpo
Em ricas coreografias.


Passé, Damiplié
Ora o enfado, ora a euforia
Je ne sais pas qu'une elevé
Aurora não canta ao meio dia!


nathalia colombo 

sábado, 28 de agosto de 2010

O Bobo Trovador (parte 1)

Venham! Venham todos!
Assistam ao grande show!
Deleitem-se à jornada
Do desvendar quem sou...


És jovem? És velho?
Não me importa que tu tens
O que trazes nem aflore!
Ou lhe trato com desdém!


Que vês aqui, guri?
Um nobre opressor?
Um doido desvairado?
Ou um reles trovador?


Que vês não te importe!
Nem distorça tuas idéias
Que os sentidos nos enganam
Tal contos de Medéia...


Meus entes adorados!
Não sucumbam aos teus temores!
Aproximem teus corações
E Tragam teus amores!


Há de ler o que sentir
E sentir o ouvir
Ouvirás grandes verdades?
Ou desperdícios de vaidade?


Saberás que grandes homens
Outrora andaram por estas terras
Inventando e reiventando
O que tens e porque erras!


Mas este bobo trovador
Não há de te iludir
Pois nada tem há lhe ensinar
A não ser fazer-te rir...



nathalia colombo

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Palavreado

Gosto da palavra “fornida”. É uma palavra que diz tudo o que quer dizer. Se você lê que uma mulher é “bem fornida”, sabe exatamente como ela é. Não gorda mas cheia, roliça, carnuda. E quente. Talvez seja a semelhança com “forno”. Talvez seja apenas o tipo de mente que eu tenho.
Não posso ver a palavra “lascívia” sem pensar numa mulher, não fornida mas magra e comprida. Lascívia, imperatriz de Cântaro, filha de Pundonor. Imagino-a atraindo todos os jovens do reino para a cama real, decapitando os incapazes pelo fracasso e os capazes pela ousadia.
Um dia chega a Cântaro um jovem trovador, Lipídio de Albornoz. Ele cruza a Ponte de Safena e entra na cidade montado no seu cavalo Escarcéu. Avista uma mulher vestindo uma bandalheira preta que lhe lança um olhar cheio de betume e cabriolé. Segue-a através dos becos de Cântaro até um sumário - uma espécie de jardim enclausurado -, onde ela deixa cair a bandalheira. É Lascívia. Ela sobe por um escrutínio, pequena escada estreita, e desaparece por uma porciúncula. Lipídio a segue. Vê-se num longo conluio que leva a uma prótese entreaberta. Ele entra. Lascívia está sentada num trunfo em frente ao seu pinochet, penteando-se. Lipídio, que sempre carrega consigo um fanfarrão (instrumento primitivo de sete cordas), começa a cantar uma balada. Lascívia bate palmas e chama:
- Cisterna! Vanglória!
São suas escravas que vêm prepará-la para os ritos do amor. Lipídio desfaz-se de suas roupas - o sátrapa, o lúmpen, os dois fátuos - até ficar só de reles. Dirige-se para a cama cantando uma antiga minarete. Lascívia diz:
- Cala-te, sândalo. Quero sentir o seu vespúcio junto ao meu passe-partout.
Atrás de uma cortina, Muxoxo, o algoz, prepara seu longo cadastro para cortar a cabeça do trovador.
A história só não acaba mal porque o cavalo de Lipídio, Escarcéu, espia pela janela na hora em que Muxoxo vai decapitar seu dono, no momento entregue aos sassafrás, e dá o alarme. Lipídio pula da cama, veste seu reles rapidamente e sai pela janela, onde Escarcéu o espera.
Lascívia manda levantarem a Ponte de Safena, mas tarde demais. Lipídio e Escarcéu já galopam por motins e valiums, longe da vingança de Lascívia.
*
“Falácia” é um animal multiforme que nunca está onde parece estar. Um dia um viajante chamado Pseudônimo (não é o seu verdadeiro nome) chega à casa de um criador de falácias, Otorrino. Comenta que os negócios de Otorrino devem estar indo muito bem, pois seus campos estão cheios de falácias. Mas Otorrino não parece muito contente. Lamenta-se:
- As falácias nunca estão onde parecem estar. Se elas parecem estar no meu campo é porque estão em outro lugar.
E chora:
- Todos os dias, de manhã, eu e minha mulher, Bazófia, saímos pelos campos a contar falácias. E cada dia há mais falácias no meu campo. Quer dizer, cada dia eu acordo mais pobre, pois são mais falácias que eu não tenho.
- Lhe faço uma proposta - disse Pseudônimo. - Compro todas as falácias do seu campo e pago um pinote por cada uma.
- Um pinote por cada uma? - disse Otorrino, mal conseguindo disfarçar o seu entusiasmo. - Eu devo não ter umas cinco mil falácias.
- Pois pago cinco mil pinotes e levo todas as falácias que você não tem.
- Feito.
Otorrino e Bazófia arrebanharam as cinco mil falácias para Pseudônimo. Este abre o seu comichão e começa a tirar pinotes invisíveis e colocá-los na palma da mão estendida de Otorrino.
- Não estou entendendo - diz Otorrino. - Onde estão os pintores?
- Os pintores são como as falácias - explica Pseudônimo. - Nunca estão onde parecem estar. Você está vendo algum pinote na sua mão?
- Nenhum.
- É sinal de que eles estão aí. Não deixe cair.
E Pseudônimo seguiu viagem com cinco mil falácias, que vendeu para um frigorífico inglês, o Filho and Sons. Otorrino acordou no outro dia e olhou com satisfação para o seu campo vazio. Abriu o besunto, uma espécie de cofre, e olhou os pinotes que pareciam não estar ali!
Na cozinha, Bazófia botava veneno no seu pirão.
*
“Lorota”, para mim, é uma manicura gorda. É explorada pelo namorado, Falcatrua. Vivem juntos num pitéu, um apartamento pequeno. Um dia batem na porta. É Martelo, o inspetor italiano.
- Dove está il tuo megano?
- Meu quê?
- Il fistulado del tuo matagoso umbráculo.
- O Falcatrua? Está trabalhando.
- Sei. Com sua tragada de perônios. Magarefe, Barroco, Cantochão e Acepipe. Conheço bem o quintal. São uns melindres de marca maior.
- Que foi que o Falcatrua fez?
- Está vendendo falácia inglesa enlatada.
- E daí?
- Daí que dentro da lata não tem nada. Parco manolo!

Luis Fernando Veríssimo

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Jogo do Amor (Parte 3 - Final)

Esse tal de
Jogo do Amor
Só existe 
Na fantasia,
No Etéreo
E no estéril das emoções.


Significa
Ser covarde!
Prever reações
Por ações
Previamente incutidas
Em nosso complexado
inconsciente coletivo;


Aproveitar-se da 
Fraqueza;
Inocência;
Carência;
Incerteza
Do seu semelhante.


Significa vender-se barato!


Reificar-se;
Mentir-se;
Reduzir-se;
Iludir-se!


Para sempre ter amor,
Nunca ser amado.


E,
É por isso que
Não aprendi;
Não sei;
E não jogo,
Esse tal de,
Jogo do amor.


nathalia colombo

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Jogo do Amor (Parte 2)

Ah! Se eu tivesse
Tarimba
Nesse tal de
Jogo do amor...


Poderia jogá-lo
O tempo todo
Entrar e sair 
Dele
Quando a mim
Fosse conveniente.


Seria grande 
Investidora,
Colheria incontáveis
Lucros,
Consoantes
As minha finalidades,
Sem padecer
De qualquer
Provável sequela.
Logo seria vitoriosa,
perita e reconhecidamente
Professora desse tal de 
Jogo do amor.


Ai de mim,
que não aprendi
a ser outra(as),
Que não possuo
Mercadoria de troca,
E tampouco domino
Técnicas de conquista.


Talvez eu devesse
Estar atenta
Quando minha mãe
Quis me dotar
De todas as manhas
Desse tal de
Jogo do Amor...
(fim da segunda parte)


nathalia colombo

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Jogo do Amor (Parte 1)

Quisera eu saber jogar
Esse tal de
Jogo do amor...

Quem me dera
Conhecer
Aquelas regras implícitas,
Atalhos furtivos,
E os macetes e códigos
Dos jogadores experientes.

“Não o procure
No ápice da saudade!
Diga, não com os lábios
Porém, sim com os olhos!
Não o atenda sempre
Que quiser ter contigo.
E jamais deixe-o
desfrutar-te de ti
nas primeiras visitas!”

Talvez devesse
Ter aprendido melhor
Esse tal de
Jogo do Amor...


Enfeitar minha aparência,
Florear minha essência,
Ocultar os defeitos,
E omitir os pecados.

Enfatizar meus atributos
Físicos com indumentária sugestiva,
Sem aproximar-me do limite
Da vulgaridade;
Divulgar meu valor
Como num mercado de ações;
Sentar de lado,
Sorrir de Barbie,
Escovar o cabelo,
Trocá-los de lado,
Disfarçar a espinha,
Maquiar as sardas,
Valorizar a cintura,
Esconder minhas rugas,
Ufs!..

Que será de mim
Que nada sei
Desse tal de
Jogo do Amor...?
(Fim da primeira Parte)

nathalia colombo

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Meu Irmão Pataxó

Perdão irmão Pataxó.
Não aceites a visão simples de que cinco monstros te supliciaram.
São, sim, cinco monstros. Porém, não estão sós.
O acaso não uniria os únicos cinco monstros da Cidade, de Brasília, do Brasil.
Não, antes fosse.
Os cincos refletem valores vendidos à nossa sociedade.
Essa sociedade que tu viestes visitar, lutando por tua terra.
Essa cultura que se diz superior e que gera monstros.
Não só cinco monstros.
Que bom que fossem só cinco !!!
Um deles disse se justificando: "pensei que era um mendigo".
Ah ! Se fosse um mendigo …
Sim, essa sociedade, que se julga superior, ensina aos cinco, (só cinco ?) que com os pobres, os mendigos, tudo pode.
Nessa sociedade, mestra dos cinco, (só cinco ?) eles, os monstros, vêem mendigos nas ruas, sem teto;
vêem camponeses nas ruas, sem terra;
vêem trabalhadores nas ruas, sem trabalho.
Aprenderam, (os cinco ?) a não respeitar os pobres, os sem terra, os sem trabalho, os sem teto.
Viram a impunidade das "precatórias".
Vivem a impunidade dos que têm dinheiro.
Se acostumaram à violência diária da telinha.
Cresceram vendo a selva do mercado tocar fogo na solidariedade com o próximo.
Irmão pataxó, lamento dizer mas os cinco não são cinco.
Os cinco são a poeira visível no horizonte.
Não posso te enganar de novo, irmão pataxó.
Os cinco não são cinco, são o sinal.

Raymundo de Oliveira (Meu querido Professor)

domingo, 22 de agosto de 2010

O Artista

O artista é um ladrão.


Ser sensível, furtivo
Um Lírico egocêntrico.


Permeia percepeção
Pelas  entrelinhas
das sutis
expressões do mundo
para revelar seus segredos.


Por vezes
Transcende dimensões
De realidade e sentidos
Para trazer a tona
O suicídio de sua coerência.


Louco varredor
Espírito puro
Alma infantil
Senso Refinado
Emoções Revoltas
Que figuram todas
as faces do cubo mágico
da vida.


Possui domínio das ciências e
Deveras te exaure
Por tua inglória missão
de bater à porta
de cada ente aprisionado
na clausura do nosso
vil cotidiano.


Eterno e incompreendido,
Remador contra a correnteza
Da conjuntura
sitemática,
Pobre, 
cruel,
Espoliadora e 
Imbecil.


O artísta é
um capanga da arte.
Seu fardo é perceber.
Seu cargo é tentar. 
Sua paga é viver.

nathalia colombo

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.



Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.

Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e
Tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
E veio dos canaviais extensos
Que não nascem por acaso
No regaço do vale.

Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.



Ferreira Gullar

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Frágeis Pilares

Há dias
em que o sol pouco brilha; 
o tempo respeita sua contagem;
o belo lhe parece tão comum;
e a vida não passa de mais uma.


Há momentos
Em que o horizonte
Parece mais longe
que o de costume;
E o estalar
das acomodações estruturais
Compõem um ambiente estéril, 
Morto, covarde.
Os objetos
observam-te
Analisam-te;
Julgam-te;
Perante tua alma 
Assustada, atormentada
Pelo silêncio ensurdecedor do
Nada.


E tu procuras alento
Nos teus frágeis pilares
Que construíste para 
que tua vida ostente
Algum sentido nobre,
Digno de admiração.


E teu coração está mais lento
Porém mais intenso,
Tua visão turva-se ao levantar-te
Tua inspiração empenha-se
Em captar mais oxigênio,
E teus olhos marejam-se
Revelando a angústia de tua alma
Aprisionada pelos algozes
Que contemplam teus
Frágeis pilares


Qual criança
acossada pela  ânsia
do seio materno
Tu te perdes nos teus vícios
Engana-te,
alucina-se e 
teus sentidos voluptuosos
Aquietam-te por ora.


Levanta-te, criatura!
Olha a tua imagem 
E envergonha-te de viver
A vida que não é tua!
De ocupar o nobilíssimo
Posto de ser humano
Que lhe foi concedido
 pelo milagre da Existência.
De lograr uma sobrevivência
Sustentada
Por artifícios e subterfúgios
De tua real figura.


Enxerga-te, escuta-te
E "Torna-te aquilo que és!"

nathalia colombo
(Ref.: Nietzsche)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Invictus

Do fundo da noite que me cobre,
Preta como o Breu de lado a lado
Agradeço a todos deuses pelo nobre
Inconquistável espírito a mim dado.


No acaso todo das circunstâncias
Não me deixei cair nem gritar
Apesar de um estouro de ânsias
Minha cabeça sangra sem curvar


Além desse lugar de tristezas e insanos
Nada se vê, só o Horror desde cedo
E ainda assim a ameaça dos anos
encontra-me e encontrar-me-á sem medo


Não importa quantas vezes desatino
nem quantas vezes a vida me espalma
Sou o mestre e senhor do meu destino:
Sou o capitão de minha alma.



William Ernest Henley
Tradução: Leonardo Dias

domingo, 15 de agosto de 2010

A Vida que Escolhi

Vida boêmia, vida solta
Seduz-me tua liberdade
Tenho escola de malandro
Já esquivo à tua verdade.

Vida santa, não te quero!
Nem de longe, tu me passes!
Que não logro virar santo,
Duvido que me aches...

Vida longa e vulgar!
Almejam possuir-te.
Grande é tua escola,
Maior ainda tua esmola.

Vida rica, vida farta!
De alimentos, poses e marcas.
Tens alma imunda de sansara,
São vulneráveis tuas arcas.

Vida bela, que te canto!
Ó Vida Minha, te percebo!
Foi-me dada tua dádiva,
Com devoção, Eu te recebo!

nathalia colombo

sábado, 14 de agosto de 2010

Agoniza mas não Morre

Samba,
Agoniza mas não morre,
Alguém sempre te socorre,
Antes do suspiro derradeiro.

Samba,
Negro, forte, destemido,
Foi duramente perseguido,
Na esquina, no botequim, no terreiro.

Samba,
Inocente, pé-no-chão,
A fidalguia do salão,
Te abraçou, te envolveu,
Mudaram toda a sua estrutura,
Te impuseram outra cultura,
E você nem percebeu,
Mudaram toda a sua estrutura,
Te impuseram outra cultura,
E você nem percebeu.


Nelson Sargento