"NINGUÉM DERROTA A MORTE SEM MATAR-SE"

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A Toca do Coelho

"Quem, de três milênios,
Não é capaz de se dar conta
Vive na ignorância, na sombra,
À mercê dos dias, do tempo."

Goethe

sábado, 2 de outubro de 2010

Vamos celebrar?

E se aproxima o fim da festa da democracia. Uma festa com coxinha de galinha massuda, risole de camarão só com o cheiro de camarão e empadinha ressecada. Tudo isso regado a muito guaraná Jesus. Afinal, só Jesus salva. Mas não este Jesus cabo eleitoral para um monte de pseudo-religiosos no horário político.

Uma festa na qual o aniversariante só ganhará presente de grego. Afinal, nenhum candidato está apto a ser presidente. Existe um treinado, mas apto nenhum. E não me venha com esse papo de que o país está precisando de uma presidenta.  Ele precisa é de uma pessoa preparada, independente do gênero.

Voltando aos presentes, o da primeira foi escolhido pelo pai. O segundo tentou dar um presente simpático, mas ficou forçado e não agradou. A seguinte pensou em um presente bacana, mas não soube como comprar e o último acha que presente é coisa das classes dominantes. Isso sem contar os primos pobres, convidados para a festa, mas sem dinheiro para participarem. Tudo isso no primeiro ambiente!

O segundo ambiente se encontra lotado, todo mundo hoje resolveu ser deputado ou descobriu que sabe ser deputado. Na verdade eles só estão nesta festa porque eles querem é poder participar de outra farrinha. A orgia do dinheiro público na Copa e nas Olimpíadas, uma festinha mais fechada, só para os VIPs.

No terceiro ambiente um baile de máscaras. Todo mundo usando a fantasia de cordeiro. Querendo ser o novo pai dos pobres. Usando a máscara para dizer um monte de mentiras ou pelo menos omitir a verdade. Sem contar o constrangimento de mostrar que nenhum candidato a governador apresentou propostas novas. Todas as idéias são velhas, apenas retocadas, mas velhas. Se não deram certo antes, por que dariam agora?

O último ambiente tem a festa mais patética, reunindo todos os ambientes anteriores. Nunca esteve tão 
complicado escolher um senador. Para deputado ainda tem um ou outro merecedor de voto, mas para senador... Só tomando muito guaraná Jesus. O pior é termos que escolher dois, se já esta difícil escolher um, imagina dois. Não adianta tentar escolher o menos ruim, você é obrigado a votar em pelo menos um muito ruim.

Não pensem que me esqueci dos detalhes da festa. As músicas serão os jingles, as letras são nojentas, mas fazem um barulho legal. Para enfeitar: placas, muitas placas, tantas que impeçam as pessoas de andarem. Mas para animar mesmo temos nós, os palhaços de plantão. Sempre aí para dar aquela força quando eles precisam.

E você acha que acabou? Lógico que não. Depois vem o enterro dos ossos, sabe como é. Não pode sobrar nada. Mas será rápido o Brasil será enterrado vivo mesmo. 

Luiz Otávio Felgueiras

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