"NINGUÉM DERROTA A MORTE SEM MATAR-SE"

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A Toca do Coelho

"Quem, de três milênios,
Não é capaz de se dar conta
Vive na ignorância, na sombra,
À mercê dos dias, do tempo."

Goethe

sexta-feira, 11 de março de 2011

Quando existo

Não é
quando penso
que existo
Nem quando sinto
Nem quando durmo
Nem quando amo


É, quando pressinto


o ruído de sorrisos e dentes na celeridade do pulso
o reflexo da emoção do brilho tão logo sombra
a derradeira ausência do olhar relutante
o ponto, a ponta, o encontro.


Quando o tempo me esquece
Quando as vozes se calam
Quando a chuva me escolhe
Quando o suor me escorre


No sangue extravasado
na angústia liquefeita
no verso enjeitado
na loucura à espreita


É,  quando pressinto
quando minto é
quando existo.


nathalia colombo

2 comentários:

  1. belíssima escrita!

    "o reflexo da emoção do brilho tão logo sombra"

    Existir quando pre-ssente; nem quando ama, nem quando sente...

    quando pre-ssente o que agora é sombra, relutante; mas que logo encontro...

    isso é existir amanhã? e morrer hoje?

    amanhã chegará, e se tornará hoje... e então a existência migraria da sensação futura para a sensação presente? Ou a existência é horizonte... fugitivo?

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  2. Forte.

    Gostei desse verso: "o reflexo da emoção do brilho tão logo sombra".

    Ta melhorando, ein menina!

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