"NINGUÉM DERROTA A MORTE SEM MATAR-SE"

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A Toca do Coelho

"Quem, de três milênios,
Não é capaz de se dar conta
Vive na ignorância, na sombra,
À mercê dos dias, do tempo."

Goethe

domingo, 15 de janeiro de 2012

A bailarina

Ela dança
a mulher
no meio dos passantes estranhos
qualquer tipo de música
balança os braços em
diferentes ritmos e
as pernas
lindas (mas não posso vê-las)
num estilo próprio, próspero
progressivo
pop, rock, balada
tango, mambo, salsa de cassino
no meio da feira
seus dentes também dançam
Lá fora está quente (ela também)
Lá fora, o caos (ela também)
Lá fora, estilhaços da guerra
ela também
gira, linda, gira,
clandestina
Em meios aos sonhos alheios
de morte, guerra e dança.

Nathalia Colón

(para a logista bailarina do Cassino Atlântico)

Um comentário:

  1. Acertou em cheio neste poema. O ritmo está bem legal, dando ênfase às palavras certas, e o uso do "também" ressalta o quanto o artista, por mais que pareça alheio ao mundo, estará sempre inserido nele. É um poema comovente. Devo assistir à sua peça em março. Beijos.

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